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quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Encontro Reúne com Comissária da OEA e Mulheres Negras no Brasil para Tratar de Racismo e ONU Acompanha

Encontro Reúne com Comissária da OEA e Mulheres Negras no Brasil para Tratar de Racismo e ONU Acompanha

Comissária Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados
Americanos (OEA) participa de reuniões até sexta-feira (30) com ativistas negras 
de Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. Encontros serão acompanhados pelo grupo
 temático das Nações Unidas 
sobre Gênero, Raça e Etnia. As reuniões tratarão de temas como violência contra
 a juventude negra, violência contra mulheres e meninas, situação das mulheres 
encarceradas, violência contra moradoras de favela, mulheres trans e travestis,
 além de assuntos como morte materna e zika.

Margarette Macaulay, comissária interamericana
de direitos humanos e relatora sobre os direitos
 das mulheres e sobre os direitos de
afrodescendentes da OEA.

Foto: OEA
A Comissária Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), 
Margarette Macaulay, participa de reuniões a partir desta terça-feira (27) com mulheres negras
 de Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador para tratar de temas relacionados ao racismo no Brasil.
Margarette, que também é relatora sobre os direitos das mulheres e sobre os direitos de 
afrodescendentes da OEA, iniciará sua agenda pública nesta terça no Rio de Janeiro, 
onde promoverá uma audiência aberta ao público, 
especialmente organizações de direitos humanos, A agenda da relatora da OEA será acompanhada
 pelo grupo temático de Gênero, Raça e Etnia das Nações Unidas no Brasil. A participação das
 representantes do movimento de mulheres negras brasileiras e a editoração e impressão do dossiê
 contaram com apoio do GT como parte de seu plano de trabalho para a Década Internacional 
de Afrodescendentes, para enfrentamento 
ao racismo e à promoção da garantia de direitos da população negra no mundo até 2024. O plano
 também
 visa promover 
ações para visibilizar e enfrentar o racismo institucional, reduzir a mortalidade da juventude
 negra e reconhecer e valorizar contribuições ao desenvolvimento por parte da população negra
Na quarta-feira (28), a partir das 9h, haverá audiência fechada com um grupo de mulheres negras 
convidadas pelas ONGs Criola e Geledés, que apresentará à comissária relatos de violência e violação de 
direitos humanos que ilustram a realidade local e nacional destacada no dossiê “A Situação dos Direitos Humanos das Mulheres Negras no Brasil: violência e violações”.às 18h00, no Hotel Galé (Rua Riachuelo, 124).
O dossiê foi apresentado em abril deste ano por Criola e Geledés à OEA, durante o 157° Período de
 Sessões da CIDH. Salvador (29) e São Paulo (30) são os próximos destinos para audiências públicas
 da relatora. As audiências são fechadas a organizações convidadas.
Segundo Jurema Werneck, 
uma das coordenadoras da
 ONG Criola, as reuniões 
tratarão da violência contra
 a juventude negra, da violência
 contra 
mulheres e meninas, da situação 
das mulheres encarceradas, da
 violência contra moradoras 
de favela, mulheres trans e 
travestis, além de assuntos como
 morte materna e zika.
“A nossa expectativa é deixar a chama acesa. Quando apresentamos o dossiê, em abril, 
a relatora imediatamente abriu
 tempo, pediu mais informações
 e a partir delas questionou o 
governo brasileiro”, disse Jurema. 
“O desdobramento disso é a vinda dela aqui para ver mais e para saber mais. O governo brasileiro está
 em dívida com as mulheres negras brasileiras há um tempo”, completou. As mulheres negras são 
25% da população brasileira, somando mais de 49 milhões de pessoas. Em novembro de 2015, cerca de 
50 mil militantes fizeram o ato político Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo e a 
Violência e pelo Bem Viver. Como desdobramento da marcha, as ativistas estão fazendo incidência
 política internacional.
No início de setembro, as lideranças entregaram à diretora-executiva da ONU Mulheres, 
Phumzile Mlambo-Ngcuka, o dossiê das Mulheres Negras e realizaram lançamento do documento 
durante o 13º Fórum da Associação para os Direitos da Mulher e o Desenvolvimento (AWID, da sigla
 em inglês). O fórum contou com a participação de cerca de 2 mil mulheres de todo o mundo. 
O documento reúne casos de mulheres negras que tiveram os seus direitos humanos violados: racismo
 no acesso à Justiça, violência e assassinato de mulheres negras, negligência no sistema de saúde,
 impacto do vírus zika na população negra, violência política, conflitos em terras quilombolas, 
ataques racistas na Internet, violência racial contra a juventude negra.
“Estivemos novamente com a Phumzile, na Bahia. A nossa ideia é criar uma agenda com as
 multilaterais, porque não tem governo municipal, estadual e federal que vá responder à nossa
 demanda. Muito pelo contrário, está ficando muito pior a cada dia”, avalia Jurema Werneck 
sobre a importância dos organismos internacionais na defesa de acordos internacionais, tais como
 a Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, Convenção para a 
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e Plano de Ação de Durban.
A agenda da relatora da OEA será acompanhada pelo grupo temático de Gênero, Raça e Etnia
 das Nações Unidas no Brasil. A participação das representantes do movimento de mulheres 
negras brasileiras e a editoração e impressão do dossiê contaram com apoio do GT como parte de
 seu plano de trabalho para a Década Internacional de Afrodescendentes, para enfrentamento ao 
racismo e à promoção da garantia de direitos da população negra no mundo até 2024. O plano 
também visa promover ações para visibilizar e enfrentar o racismo institucional, reduzir a 
mortalidade da juventude negra e reconhecer e valorizar contribuições ao desenvolvimento por 
parte da população negra.
Fonte:ONUBR

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